27.11.09

Oração



(imagem copiada de "Branco Escuro")
"Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé — não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas (...)Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato. Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor."
(CFA)

24.11.09




May-be...


"It seems to me that maybe
It pretty much always means no

And often times we're lazy
It seems to stand in my way
Cause no one no not no one
Likes to be let down
It seems to me that maybe
It pretty much always means no..."

22.11.09

Retomando...

Diferente do que se pode ter pensado, a falta de postagens nos últimos dias não indica que esse blog viveu um momento de empolgação de blogueira iniciante e por isso ficou "abandonado". Na verdade, eu vinha diariamente e tentava começar uma nova postagem, mas...não conseguia.

"Felicidade que transborda, parece não querer parar..."

Parece que, de certa forma, eu tô conseguindo desforrar o ano "não vivido" nesses meses finais, espero que continue assim...
Roubando as palavras do Rei "para vocês que não sabem" eu passei na prova da OAB! (Peeega! chupa cespe! toma-lhe-te! etc etc etc =P). É...até que eu tenho uma sorte bacana pra passar nas coisas...=P E dessa vez, mais do que nunca, foi um presente...no dia do aniversário de casamento dos meus pais..."acho" que eles ficaram felizes.. (é que eu não lembro de muitos detalhes...=P).
Foi muito legal, na verdade, tá sendo, porque eu tô "entendendo" aos poucos que alguns dias e uma solenidade de compromisso me "afastam" de poder dizer que eu já sou uma "a-de-vo-ga-da".
É impressionante, porque eu me sinto, na verdade, como uma caloura, tô mais perdida do que cego em tiroteio, mas...eu tô feliz, acho que, agora, isso é o que importa,né?! é sim! ;)
Enfim...esse post é só pra retomar os trabalhos por aqui, agora que passou "o primeiro dia do resto da minha vida" (como eu dizia um pouco "alterada" na segunda-feira).
Então...bora lá,né?! pra frente, sempre!
=D

14.11.09

Em outras palavras...*



Beijos, abraços, beira-mar
Subúrbio distante ao luar
chuva no olhar
Cada esquina tem o que guardar...
em cada esquina poder te encontrar
sentir que, de certo, é sempre bem perto que eu quero estar...

Todos os lugares..
romance de rua no bar
Cheguei na cidade vou te encontrar
Terraço vazio, perto do céu...
Na boca do caos o amor é mel...
 
Detalhes de rua me fazem sonhar
Lembrando nós dois me deixo levar
Toda cidade, paisagem pra amar





Toda cidade
É paisagem
Pro nosso amor
Filme de amor
Super-amor
(...)


Feelings are feelings and i need you baby
Forever and ever...

(Fernanda Abreu - Paisagem de amor)




*Em outras palavras: Se eu morasse aqui pertinho...


11.11.09

Forte Presença de Alice

 A primeira vez que meu olhar cruzou com o de Alice, depois daquele término, tremi. Era um lugar muito pequeno e apertado para o meu incômodo. Ela não falou comigo, exatamente como eu a obriguei, e isso me ofendeu, porque Alice nunca fazia o que eu pedia, e dessa vez o fez. Foi dolorido vê-la linda, sorridente e comunicativa aos demais, exceto a mim, e fui eu quem quis assim.
Não era pra Alice ter ido embora, mas não havia outro desfecho para a nossa história. No fundo ainda esperava que ela voltasse e que me procurasse, como sempre fez, ou que retornasse ao meu pedido de desculpas. Mas ela seguiu tranqüila,  conformada e confiante, sem voltar atrás. Pior, levou-me com isso a razão, que sempre insistia em ter, deixou-me a certeza de que não a tinha. Eu estava farto de Alice, das coisas de Alice, mas quando a vi assim, indo embora sem o menor ressentimento, foi preciso me agarrar ao que dava, para manter minha auto-estima intacta.
Até hoje não consigo cruzar meu olhar com o de Alice. Muitas vezes reclamei da falta de liberdade quando estávamos juntos. Mas depois que ela se foi, perdi a liberdade de cruzar meu olhar com o dela. Eu já ostentava outra ao meu lado e não era ela quem me proibia, era a minha culpa, a minha saudade, a sua presença forte demais para mim. Havia uma mão enlaçada à minha quando a encontrei pela segunda vez, mas não foi por estar cego de amor que meu olhar não conseguiu cruzar com o dela.Talvez pela vergonha. Ou pela flor em seu cabelo. Foram dois segundos dilacerantes, até ela baixar os olhos e eu não saber o que fazer com os meus... Subiu as escadas em minha direção e tudo o que eu consegui reparar foi a flor em seu cabelo. Alice nunca usou flores quando estávamos juntos. O que aquela flor fazia ali, e quem ela iria encontrar tão bonita? Por alguns segundos, esqueci que havia alguém ao meu lado, e tentei disfarçar, sem falar com Alice, que simplesmente atravessou por mim, por dentro de mim, sem sequer tremer com minha presença e assim, me matou por dentro. Foi inevitável escrever pedindo desculpas.
Ela disse o que pretendia, era o mesmo que eu. Dar-me um abraço, um beijo no rosto, perguntar sobre minha vida e ir embora. Na carta que trocamos, me explicou o quanto estava feliz e o quanto gostaria de dividir isso comigo. Mas não pude lhe dizer a verdade, não pude lhe dizer o quanto me corroia essa sua felicidade. Não que eu não a quisesse vê-la bem, mas é que vê-la feliz significa que eu já não estou mais dentro dela... Pedi a Alice que não nos falássemos, tratei-a mal. E não pude lhe dizer exatamente o porquê. Mas ficou claro que Alice ainda me importa muito.
Quando a encontrei pela terceira vez, ela estava sorridente, e como sempre linda, era aquela Alice que conheci, mas estava abraçada a outro rapaz. Eu também estava com alguém. Ela já tinha me visto outras vezes, mas eu não. Era a primeira vez que a via beijando outra boca e foi difícil fingir que ela não estava ali. Pensava se ela perceberia meu incômodo, sentia medo de transparecer. Mas é que quanto mais finjo que Alice não existe, mais percebo sua presença. Quanto mais evito cumprimentá-la, mais a sinto ali. Quanto mais tento fingir que ela não é ninguém, mas me lembro quem ela sempre foi pra mim. Tento colocá-la no passado, mas desse jeito a deixo cada vez mais presente. Eu gostaria de poder saber o que ela faz e como está, mas ainda não posso.
Ela me disse, na tal carta que estava feliz. Eu também agora tenho alguém ao meu lado e até estou feliz. Mas é o até que incomoda.
Quando a encontrei pela quarta vez, ela estava comprando cigarros, o mesmo lugar onde durante anos comprou, o mesmo lugar que freqüentávamos juntos. Ela estava só e eu já estava a alguns passos dela, perto demais para poder voltar e longe demais para falar alguma coisa. Ela me olhou e nesse momento pensei em várias formas de dizer olá. Mas quando seus olhos atravessaram os meus como se eu não estivesse ali e se viraram para pegar o troco, senti desespero e alívio simultaneamente. Ela atravessou a passos curtos e calmos o caminho de volta ao seu carro e passou por mim indiferente, simplesmente como eu pedi. E tudo o que eu havia pensado em lhe dizer naquele momento foi adiado mais um pouco. Dei graças a Deus por não ter chegado a falar nada. Ainda virei para olhá-la, mas ela não, mesmo assim, sei que ela me viu fazer isso.
Não posso falar com Alice, porque ainda me importo demais. Não posso dar o abraço que ela gostaria ou trocar frases simples e despretensiosas, porque ainda me incomodo em vê-la. Finjo que não a vejo, mas não sei fingir tão bem quanto ela. E quanto mais tento ignorar Alice, mais percebo sua forte presença. E é doído saber que para ela não há problema em falar comigo, porque isso significa que a perdi de vez. Com a covardia que sempre me foi peculiar, escrevi-lhe a última carta, denunciando todo o meu amor: não quero ser teu amigo, não quero falar contigo. Continuo evitando te encontrar. Não cruzes teu olhar com o meu, Alice, por favor. Ver-te a vontade me deixa tão desconfortável... É que ainda me importo demais. Tua presença é mais forte que eu.

(Texto de Luly Mendonça, muito procurado nos últimos tempos e, enfim, resgatado pela Super Alê...)

Porque só quem tem uma Alice na sua vida, sabe a dor e a delícia de sentir a força de sua presença...

10.11.09

Segunda de manhã...

“(...)Queria resolver, entregar, receber e voltar logo pra mim.(...) . Não era. Ou eu não sabia se era. Eu não queria ninguém ao meu lado. Não agora e nem nunca mais. O que obviamente era mentira, mas saia com uma força ainda mais forte que a verdade.(...)
"Como é que existe uma maldade que joga pessoas fora assim, mesmo sabendo tudo de bom que elas têm?” - minha cabeça grita noite após noite, quando eu não falo mais por ela e ela fala sem parar por mim e eu já até aprendi a deixar assim pra ver se gasta...
“Como é que a coisa mais bonita que já me deram vem da coisa mais feia que já me deram?”. Nunca saberia... Se eu não sei. Se você não sabe. Então ficamos sem resposta...
(...) Esquecer na massa do mundo e quase ser feliz (...). Essa coisa que eu adoraria entender, porque de verdade me escapa, me sacaneia, me é um adulto sábio e mais burro, que mostra pra mim que isso que me apego é só frescura e não saber viver...
(..) Porque se a pessoa mais doce que já conheci, se a pessoa mais sensível que já conheci, se a pessoa que me garantiu, e me disse que tudo bem, eu podia ficar...
Era possível ser e ter e durar e florescer e tudo. Se a pessoa que poderia saber de alguma coisa sabia muito infinitamente menos que eu...(...) Porque estar ao lado de alguém é só um mundo apertado e uma vontade de comer até enojar e uma licença pra existir e um descanso como dá.(...) . E o que me deu depois do sorriso eu nunca vou saber porque o bom de ter essa dor que nem dá pra mexer é pouco nos lixarmos pras pequenas felicidades.”

(Ao Lado, Tati Bernardi - maldade da Alê numa manhã de sol de segunda-feira... =P)

7.11.09

Tendo a lua...




♫ 
 Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim


O céu de Ícaro tem mais poesia que o de galileu
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu


Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.


Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim


Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.


Herbert, um dos caras!

Doce que seja...

Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: Que se-ja  do-ce... 
Quando há sol e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo; repito sete vezes pra dar sorte: Que Seja Doce Que Seja Doce Que Seja Doce e assim por diante... Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada. Que seja doce...
Que seja doce o dia quando eu abrir as janelas e lembrar de você. 
Que sejam doces os finais de tardes...
Que seja doce assistir o sol nascer...
Que seja doce a surpresa...
Que seja doce a minha alegria... 
Que seja doce a saudade que eu sinto antes mesmo de me despedir...
Que seja doce a voz ao falar no telefone...
Que seja doce o seu cheiro, seu jeito, seus olhares, seu receio...
Que seja doce o seu modo de andar, de sentir, de demonstrar afeto...
Que sejam doces as expressões no teu rosto...
Que seja doce a leveza que eu sentirei ao seu lado..
Que seja doce a ausência do meu medo...
Que seja doce o nosso abraço...
Que seja doce o modo como você irá segurar na minha mão...
Que seja doce. Que sejamos doces...(nem demais, pra não enjoar. nem de menos, pra não amargar...)

5.11.09

Here comes the sun...it's all right.


Era de manhã, cedo...pouco importava a hora que o relógio marcava, mas o sol ainda não havia se colocado em seu lugar, a lua se despedia e o tempo convidava o corpo quente para sentir o arrepio do vento lhe tocando sob o sereno da noite que se despedia...
Trocou-se, calçou os sapatos e saiu... dispondo-se a andar o quanto fosse preciso para falar a ele tudo o que estava dentro do seu coração...
Partiu e pode então observar seus primeiros raios cortando o céu, como quem ates de entrar numa casa preocupa-se em pedir licença ao dono, pedindo licença à noite, alertando-lhe que, mais uma vez, chegara o seu fim...
Posicionou-se então, iluminando cada um de seus passos, fazendo com que se deslumbrasse com sua beleza...imponente, cheio de luz, cheio de boas energias que lhe fizeram então pensar que havia tomado a decisão certa quando resolveu recorrer a ele...
Contemplou-o por mais alguns instantes e passou então a abrir seu coração... começando pelas lágrimas que não pode conter diante de tamanha grandeza que ele, mesmo de longe, lhe demonstrava... passando então a falar de si, do mundo, do seu mundo, dos seus dias... pedindo que lhe ajudasse, já que tão grande, tão cheio de luz, certamente seria mais poderoso do que ela em toda a sua fragilidade, em todas as suas limitações...
Pediu a ele que ainda que fossem tortuosos os caminhos; fechadas as mentes e corações, ele nunca deixasse de lhes iluminar...
E então voltou, ao seu dia, ao seu mundo, ao seus sentimentos...a tudo, enfim.

Eu vou é cantar pro sol
E vou desejar com fé
E vou enfeitar de flor
O mundo que eu puder...


que é pra ver a beleza...a riqueza...

3.11.09

Esperar o ano novo?! Ah, não...

até porque tem coisa que não dá tempo...

  • Estudar pra defesa do TCC;
  • Estudar pra concursos;
  • Me inscrever nos concursos;
  • Ser mais paciente e delicada com a minha família;
  • Fazer uma atividade física;
  • Voltar a levar meu tratamento a sério;
  • Ler mais (e menos Caio Fernando Abreu);
  • Maneirar no refrigerante;
  • Ligar para aquelas pessoas que eu encontro na rua e prometo que vou ligar, marcar de fazer algo etc e nunca ligo,marco etc;
  • Visitar a minha madrinha;
  • Ir ao teatro;
  • Voltar a tocar;
  • Mandar cartas pelo correio;- Reduzir o tempo na internet;
  • Escrever mais/melhor no blog;
  • Sair uma tarde de sábado pra tirar fotos da cidade com a Carolina;
  • Reunir a ex(-futura^^) banda;
  • Ir à Bragança/ conhecer a casa nova;
  • Assistir todas as temporadas de Anos Incríveis;
  • Fazer algo que eu nunca imaginei fazer;
  • Pegar uma cartinha de natal nos correios;
  • Ir na Pracinha numa manhã de domingo com Elas 4 e Ele;
  • Organizar as minhas coisas em casa, o meu computador, a minha vida, meu tempo etc;
  • Ajeitar o mural de fotos da minha casa;
  • Assistir aos filmes que estão em uma velha lista no computador (cortar alguns da lista);

...
não acabou, mas tá de bom tamanho pra começar,né?!




"Respirou fundo: morangos, mangas maduras, monóxido de carbono, pólen, jasmins nas varandas dos subúrbios.
...saiu andando lenta em busca de uma rua sem carros, de uma rua com árvores, uma rua em silêncio onde pudesse caminhar devagar e sozinha até em casa.
Sem pensar em nada, sem nenhuma amargura, nenhuma vaga saudade, rejeição, rancor ou melancolia.
Nada por dentro e por fora além daquele quase-novembro, daquele sábado, daquele vento, daquele céu-azul..."(CFA)