30.1.11

De um mundo que não gira, dança.

"Acende velas e dança. O corpo só conhece o ritmo indiano: o coração é quem marca o tempo. Vontade faz as vezes de compasso e a alma gira. Quando criança fazia o balanço ganhar altura para alcançar estrelas. Por isso, hoje rodopia enquanto canta. E acredita que as notas mais altas são capazes de balançar o coração de Deus. E que as mais baixas fazem com que ele se incline suave só para escutar. Quando se sente só, canta baixinho. Até encontrar um sorriso num gorjeio de passarinho. Sua alegria é feita de grãos. Quando a felicidade lhe varandeia os olhos, contagia. A saudade sempre lhe chega num pé de vento. E ela suspira. Há de ter um lírio azul tatuado nas costas. Tem uma flor geminando na alma. Quando expira, polén. Sabe adornar um vazio: esse poço antigo enlaçado de flores. Amarelas. Onde se mata a sede. Na mão aperta, com fé, uma estrela cadente: essa possibilidade. Risca no ar um desejo enquanto se desfaz. Poeira lunar nos pés. Raio de sol para fisgar novo dia. E um sopro suave para mudar o ar dessa noite. Tira o laço vermelho que lhe apertava o peito, amarra nas bordas do dia. A barra da saia pespontada de horizontes. O pensamento branco, branco. Azul. Amarelo. Verde. Uma paz inquieta. As unhas vermelhas e os cabelos escoando o orvalho desse novo dia. No céu, nuvens de filó. E a terra gira azul, azul, feito saia. Sorri, o mundo dança."
(Cecília Braga)

24.1.11

Then we do it again ♫

Is it getting better?
Or do you feel the same?
Will it make it easier on you now?
You got someone to blame
You say one love, one life
It's one need in the night
One love, we get to share it
Leaves you, darling, if you don't care for it.
Did I disappoint you?
Or leave a bad taste in your mouth?
You act like you never had love
And you want me to go without
Well, it's too late, tonight,
To drag the past out into the light
We're one, but we're not the same
We get to carry each other, carry each other
One
Have you come here for forgiveness?
Have you come to raise the dead?
Have you come here to play Jesus
to the lepers in your head?
Did I ask too much, more than a lot?
You gave me nothing, now it's all I got
We're one, but we're not the same.
Well, we hurt each other, then we do it again.
You say:
Love is a temple, love a higher law
Love is a temple, love the higher law
You ask me to enter, but then you make me crawl
And I can't keep holding on to what you got
When all you got is hurt.
One love, one blood
One life you got to do what you should.
One life with each other: sisters, brothers.
One life, but we're not the same.
We get to carry each other, carry each other.
One love! One!

5.11.10

Das Cartas Extraviadas de Martha Medeiros

Carta Extraviada

 Não sei por onde começar essa carta que já nasce atrasada, pensamos sempre que temos muito a dizer mas as palavras são pouco amistosas, onde encontrá-las agora, às três e dez de uma madrugada em que me encontro insone e pensando mais uma vez em você?

Você esperou (?) por estas palavras por muitos meses na esperança de que elas aliviariam a dor do seu coração, mas elas não vieram porque estavam ocupadas vigiando meus impulsos,me impedindo de me abrir, e minha própria dor lhe pareceu desatenção, eu que não durmo de tanta paixão congestionada, de tanto desejo represado, de tão só que estou.

Meus motivos sempre lhe pareceram egoístas,  e se eu lhe disser que o descaso aparente foi na verdade uma atitude consciente para perservar você, me chamará de altruísta e não sairemos do mesmo lugar.

Eu errei por não permitir que você me oferecesse seu afeto, eu errei ao sobrevalorizar um risco imaginário, eu errei por achar que existem amores menores e maiores, avaliados pelo tempo investido, pela contagem dos beijos, pelas ausências sentidas, por tudo isto fui conduzido a um erro de cálculo.

Não te peço nada além de compreensão, e esta carta nem era para pedir, mas para doar , eu que sempre me achei bom nessas coisas , o voluntário da paz, o boa-gente oficial da minha turma.

Mas peço: lembre de mim como alguém que alcançou a mesma medida do sentimento, a mesma profundidade das suas dúvidas, o mesmo embaraço diante da novidade,o mesmo cansaço da luta, a mesma saudade.

A carta vem tarde e redigida com palavras covardes, as corajosas repousam pois se imaginam já ditas e escritas, valentes foram as palavras do início, as desbravadoras, as que ultrapassaram limites, quando nós dois ainda não sabíamos do que elas eram capazes, palavras audazes, febris.

Pela enormidade de tempo que temos pela frente em que não nos veremos mais, não nos tocaremos ou ouviremos a voz  um do outro, pela quantidade de dias em que conduzirás tua vida longe de mim e eu de ti, pela imensidão da nossa descrença, pela preserverança da nossa solidão, pelos não todos que te falei, pelo pouco que houve de sim, acredita: te amei além do possível, não te amei menos que a mim.


Carta Extraviada 2

Estou há vários dias escrevendo esta carta mentalmente, pois na mente os erros ortográficos contam menos que os erros de atitude, e só no que penso são nos erros, uma vez que foram infinitamente mais constantes que os acertos. Não estou organizando frases para resumí-las num pedido de desculpas, pois nada me parece mais raso e meus erros merecem um pouco mais de consideração, já que foram tão soneles e fartos, meus erros foram dos de tamanho grande, e há que se ter por eles um desprezo de igual envergadura. Menina, só um amor gigante provocaria essa nossa ruptura.


Se não há explicação, ao menos sinto verter por dentro um leve arrependimento, errei por razões mínimas porém em vezes diversas, o que me confere fartura, ainda que não tenham sido erros à sua altura. Menina, eu sei, você preferiria que eu tivesse acertado, mesmo que um acerto em miniatura.


Talvez não seja da minha índole agir com generosidade, é de família esta minha dificuldade em fazer os outros felizes, mas, ao contrário, é dom da tua, pois fizeste dda tua felicidade a minha clausura. Que mistério é esse de tornar um homem apático o rei da euforia, de fazer de um homem só um homem mais só ainda, por não antever mulher alguma que consiga repetir essa aventura?


Menina, por um triz não fui o que esperavas de mim, faltou-me a coragem, não faltou-me a fissura. Parab sempre estarei a te escrever esta carta mentalmente, confusa e fria, mas não impura, já que nela abdico dos meus erros e acertos para revelar apenas o que em silêncio te dedido, um amor injulgável, imedível, totalmente irresponsável, amor que abraça o sofrimento para testar sua resistência e que acredita, de maneira um tanto tola e quixotesca, que só esse tipo de amor é que perdura.
 
Carta Extraviada 3

Não é da minha natureza esperar que  me deem liberdade, não espero pelo pouco que há de essencial na vida.Sendo liberdade uma delas, eu mesmo me concedo.

Ser livre não me ensinou a amar direito, se por direito entende-se este amor preestabelecido, mas me ensinou as sutilezas do sentimento, que, afinal, é o que caracteriza e torna pessoal e irreproduzível. Te amo muito, até quando não percebo.

O amor que eu sinto pode parecer estranho, e é por isso que o reconheço como amor, pois não há amor universal: não, caríssima. Não há um amor internacional, assim como são proclamados os cidadãos do mundo. Cada cidadão, um coração, e em cada um deles, códigos delicados. Se não é este o amor que queres, não queres amor, queres romance, este sim, divulgadíssimo. Te amo muito, e não sinto medo.

Bela e cega, buscas em mim o que poderias encontrar em qualquer canto, em todo corpo, homens e mulheres ao alcance de teus lábios e dedos, romance: conhecido o enredo, é fácil desempenhá-lo. E se casam os românticos, e fazem filhos e fazem cedo.

O amor que sinto poderia gerar casamento, pequenos acertos, distribuição de tarefaz, mas eu gosto tanto, inteiro, que não quero me ocupar de outra coisa que não seja de você, de mim, do nosso segredo. Te amo muito, e pouco penso.

Esta carta não chegará, como não chegarão ao seu entendimento estas palavras risíveis, estes conceitos que aos outros soariam como desculpa de aventureiro ou até mesmo plágio, já que não há originalidade na idéia, muito difundida, porém bastante censurada. Serei eu o romântico, o ingênuo? Serei o que quiseres em teu pensamento, tampouco me entendo, mas sinto-me livre para dizer-te: te amo muito, sem rendimento, aceso, amor sem formato, altura ou peso, amor sem conceito, aceitaç~]ao, impassível de julgamento, aberto, incorreto, amor que nem sabe se é este o nome direito, amor, mas que seja amor. Te amo muito, e subscrevo-me.




Carta Extraviada 4

Sou mais um desses boçais que escreve tudo aquilo que devia ser falado,e você e mais uma vítima (?) que jamais vai ter atendido o seu desejo: saber. Mesmo consciente da sua boa vontade de me ouvir e entender, lhe escrevo, não posso ir além, não peeça para remeter-me, esta carta não é para chegar, é uma carta de ficar.

Para mim e para você, escrevo que, daqui de onde me encontro, você está longe e perto, e eu  estou sozinho e não. Do que sinto, aviso que é forte, mas não é perigoso, é como um grande lago sereno, eu sou o píer, quase me precipito, você é todo o resto, toda água, tudo o que há. Mas somos dois em vez de par, somos ímpares. Estou possído por você e ao mesmo tempo permaneço impermeável, amo a seco, e rendido.

Você não me acharia covarde, você não acharia nada: você não me conhece. Sou um vulto, um alguém, você foi genial comigo como é com os garçons e os primos, com os pedestres e com os turistas, você foi o que sempre foi e eu não fui com você: no terceiro minuto ao seu lado eu já sabia que era irremediável, e em vez de segurar sua mão e reverter-lhe a pressa, deixei que você fosse, eu fiquei.

 Os dias, os gestos, rituais cotidianos, surpresas, tudo corre, tudo passa por mim, menos o susto deste amor que entranhou-se feito limo, umidade em peito árido, me sinto tomado, absorvido, e não encontro método ou coragem para dizer: você que é motivo e dona desta represa, fique comigo, pois é só o que eu sei fazer, ficar.


Mas você é ligeira, em movimento constante, você não senta, não repara, quer vida demais, sedenta, me fisgou muito rápido, e eu sou lento, estudado, incappaz de um repente, apaixonado por uma mulher impaciente, que suplica com o olhar e não espera, você que se foi, em frente, qquando deveria ter ficado.


Você não me conhece, não houve tempo. Seu olhar me autorizava o flerte, se eu lhe acompanhasse, rogaria por um beijo, e de mão dadas o nosso caminho haveria de ser compartilhado. Mas eu sou mais um desses boçais que não falam, que pensam demais antes do próximo passo, e você é mais uma vítima(?) de um amor não consumado.


Carta Extraviada 5

Tudo o que vejo são telas digitais, um novo mundo feito de chips e megabytes, e vocÊ vem falar de amor, um amor que deixaria a todos incrédulos por ser real  demais.


Não recebi suas cartas, mas sei que elas foram escritas, o universo regido por ícones eletrônicos induz a fantasias telepáticas. Ser intuitiva também é uma forma de conexão, há muitas cartas extraviadas viajando pelo espaço, sem fios ou cabos, sem satélites, palavras silenciadas e igualmente transmitidas. Amor é um troço raro e sempre de vanguarda.


Também escrevo minhas cartas que não são postadas, cartas digitalizadas no sonho, um mundo de excelentes intenções, nostalgias, poesias, essas coisas quase fluviais.


Você vem falar de amor de um modo que emociona, e eu vou galar de amor como se fosse sua resposta.


Agradeço, primeiramente, o amor recebido e negado, demonstrado e não, existido e inventado. Pouco importa os plurais de um amor, seus adjetivos, seus diagnósticos e o tempo percorrido, seb foi um amor de verão ou se comemorou vinte bodas anuais, o amor que sinto não é dado a configurações, o amor transcende, nunca foi mortal como a gente.


Gosto destes sons, embala o amor a rima, navego empurrada pelos ais e por sufixos e sílabas que remam, remam, aqui vão minhas palavras navais. O amor não tem ancoradouro, porto, cais - o amor é navegante e recolhe pessoaas neste mar de distraídos, salva vidas. O amor que você narra e a mim dirige é amor primitivo, fora de catálogo, é sorte dos amores ambientais, estão por toda parte, para sentí-lo requer apenas querê-lo. Conceitos fugazes de amor? Não creio. Há os amores produzidos e os amores naturais, os amores duros e rarefeitos, há os que nascem no peito e os ancestrais, amores vários,, todos iguais.


Em diversas cartas há seu apelo e sua culpa pelo amor não vivido. O amor vive apesar de nós, tudo o que se sente é validado por ser existente, não sofra mais. Foram cartas não assinadas, não enviadas, talvez escritas por mais de uma pessoa, tanto faz. São cartas de amor, e mesmo com angústia e anonimato, sobrevive nelas o tesouro de um sentimento bruto, porém não violento. O amor comentado nestes tempos que correm é produto, assunto de revistas e jornais, o amor nos temposs que correm deveria ir mais devagar, aceitarem-se múltiplos, gozo, gás. Você que escreve mentalmente, você que escreve cartas pra ficar, você que não sabe direito que amor é esse que só quer se deculpar, você que ama livre e você, entre grades, você que ama em pensamento, você e você e você, nós todos e nossos amores ornamentais, que ainda nos fazem chorar e mal entender, carentes existenciais, você e você e você e nossas cartas abortadas, digamos para nós mesmos: comunicar é lindo e gritar o amor é nobre, dizer te amo é bálsamo e mais ainda, escutar. Mas o amor independe, o amor, remetente, é transcrito no olhar, há quem entenda e há quem procure-lê-lo em outro lugar. Amor é carta que mesmo extraviada está na ora chegando e partindo, e pode cair em mãos que não as destinadas, mas onde estiverem as palavras escritas ou caladas, onde estiverem os desejos e seus códigos postais, não importa a data em que foram selados, serão sempre cartas de amor e amores que alcançaram seus finais.

25.10.10

De certos sentimentos...

O tempo corre e chega a parecer insuficiente para que se pegue uma caneta e registre-se parte do tudo de tão grandioso que acontece.
Uma grandiosidade por vezes tão simples, que chega a passar discretamente pelos olhos de quem unicamente vê e não sente... Só destes mesmo, porque não há como não ser comemorada por quem pode observá-la e sentí-la dentro de suas verdadeiras proporções.
Por quem chega a sentir vontade de abandonar o resto do mundo e viver na infinitude de coisas boas e felizes que descobre constantemente, surpreendendo-se com a proximidade que a felicidade pode manter da gente... por estar em coisas aparentemente tão simples, tão "pequenas"...
Por quem perdeu a vontade de abraçar o mundo, para ter os braços sempre disponíveis pro seu abraço...
 Por quem não sente vontade de assistir jornais ou ler notícias porque isso pode lhe afastar dessa constante vontade de poetiazar a vida, de cantarolar estrofes bregas e registrá-las em um papel ao lado de um par de colcheias, porque qualquer figura musical "sozinha" já não lhe vem à cabeça...
E o tempo corre, parecendo estrar contra tudo isso, mas, não tem problema se reconhecer que há coisas que não findam mesmo...
Porque o bem maior que alguém nos faz dura pra sempre... ainda que a vontade de poetizar o mundo seja abafada por uma breve pausa nas coisas pequenas, que talvez seja necessária para agigantá-las outra vez...


♫ Meu Verso, Minha Rima, Meu Par... ♫ *

Nossos olhos se encontram numa harmonia que começaando neles passa a percorrer nossos corpos e, de tão grande, se espalha pelo exterior...
E tudo passa a ser música, rítmo, compasso dois por dois, onde notas sozihas soam dissonantes, tudo é acorde, conjunto...
Eu, sempre tão envolvida pelas letras das músicas, passo então a me prender na tua melodia, onde qualquer letra que possamos compor jamais rimará amor e dor...
É amor com cor, amor com qualquer coisa que, ainda que não rime, possa ser mais bonita... Porque dor e amor não cabem numa rima onde você exista junto a mim...
Daí a gente rima amor com palavras que calam... e nosso som tem pausas que não silenciam...
Tudo é canto, encanto, nota, letra, melodia, acorde... Tudo soa uníssono e diferente, é harmônico e melódico...Escalas "com" sol maior, pra iluminar e ser tônica...
Sem dó, sem dor.. sendo pra si, sendo pra nós... sempre sendo música, onde você é verso, é rima, é estrofe e assim nos faz canção...

(Título retirado da música "Meu Verso", Lia Sophia)

29.6.10

O que se faz? Apressa-se.

"(...) Mas é isso que falavam, amor? Essa sua história, eu não conheço. Eu só tive vislumbres, parecia prometido, preparado e nunca aconteceu. Eu nunca consegui, eu nunca fui capaz, deve ser culpa minha. Ah, que banal. Até que ponto as circunstâncias não me favorecem, ou eu é que não favoreço as circunstâncias?
(...)
- (...) E o amor, o amor, cara. O que eu faço com isso?
- Você esquece, sei lá. Não tem tanta importância assim. E se for mais forte?
- A merda?
- Claro que não. O amor.
- Amor não existe. É uma invenção capitalista.
 - Isso é só uma frase.
- Eu não sei, pode ser.
- Mas se. Tudo bem. Suponhamos que os dois gostem muito um do outro.
- O que já é difícil.
- Pode ser, mas. Suponhamos. Eu já vivi isso. E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Cheiros íntimos, secretos. Ninguém mais saberia deles (...)O que é que você queria? Rendas brancas imaculadas? Será que amor não começa quando (...) desculpe, você vai rir, qualquer uma dessas palavrinhas burguesas e cristãs não tiver mais nenhum sentido? Se tudo isso, se o tocar no outro(...)se tudo isso for o que chamam de amor. Amor no sentido de intimidade, de conhecimento muito, muito fundo. Da pobreza e também da nobreza do corpo do outro. Do teu próprio corpo que é igual, talvez tragicamente igual. O amor só acontece quando uma pessoa aceita que também é bicho. Se amor for a coragem de ser bicho(...) E depois, um instante mais tarde, isso nem sequer será coragem nenhuma, porque deixou de ter importância. O que vale é ter conhecido o corpo de outra pessoa tão intimamente como você só conhece o seu próprio corpo. Porque então você se ama também.

(...)

A vida é apenas uma ponte entre dois nadas e eu tenho pressa..."




26.6.10

"O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser..."


"São saudades de um mundo contente feito céu estrelado. Feito flor abraçada por borboleta. Feito café da tarde com bolinho de chuva. Onde a gente se sente tranquilo como se descansasse num cafuné. Onde, em vez de nos orgulharmos por carregar tanto peso, a gente se orgulha por ser capaz de viver com mais leveza..."

24.6.10

"Nessa vida passageira..."


A vida não espera por nada, por ninguém. Ela simplesmente segue e,sem que tívessemos tempo de dizer "tchau. Até logo. Adeus", ela seguiu...
Nós também não paramos, ou melhor, eu não parei e você  não parou... o "nós", sim, ficou estagnado, se perdeu lá atrás, em algum lugar que eu não sei precisar aonde, não seguiu, não conseguiu...
Há tempos já não nos encontrávamos, hoje já não nos vemos, tampouco nos buscamos.
Eu já não sei dos teus dias, você também não sabe dos meus. Apesar de compartilharmos o sentimento de que eles já não são os mesmos e até mesmo uma certa nostalgia, isso se perde no turbilhão de outros sentimentos que permeiam nosso interior quando, não raramente, nos pegamos pensando no nem tão esquecido, mas tão desencontrado "nós", que talvez só dependa de eu ser mais eu e você ser mais você para que volte a se encontrar...


"Nessa vida passageira
Eu sou eu, você é você
Isso é o que mais me agrada
Isso é o que me faz dizer:

Que vejo flores em você!..."

22.6.10

"Será um atalho, ou um desvio?"


"Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho… o de mais nada fazer."


“Penso: quando você não tem amor, você ainda tem as estradas.” (CFA)


P.S: O que seria de mim se não fosse a Alê aqui nesse aquário onde a gente trabalha, né não? (ela acabou de me mandar a primeira frase num e-mail, aqui, em pleno expediente...=P Que sorte a minha!)

6.6.10

Não se afobe, não...



"Esse amor que fica pra sempre... Essa ideia do amor que existe como algo que pode ser aproveitado mais tarde, que não se desperdiça e passa-se o tempo, passam-se milênios e aquele amor vai ficar até debaixo d'água e vai ser usado por outras pessoas... Amor que não foi utilizado, porque não foi correspondido, então ele fica ímpar... Ele fica ímpar, pairando ali, esperando que alguém apanhe e complete a sua função de amor."