26.1.10

Pra re-co-me-çar...


Enquanto não encerramos um capítulo, não podemos partir para o próximo. Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar, desprender-se. As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

(Fernando Pessoa)

25.1.10

Dei-me força, humildade e paciência...

"Para perder menos tempo com joguinhos...
Para vencer o medo; para dizer o que tiver que ser dito, mas não em outro idioma.
Por favor, chega de tanto tentar salvar nossa pele. Já sabemos, ela alcançará seu fim. Salvemos nossa alma da ruína, desse excesso de gestos comedidos, do medo, da solidão. Porque fugir é instintivo, e é biologicamente tão mais fácil e provável. Ficar é escolha. Que haja amor e menos covardia nas nossas escolhas...
Senhor, escutai as nossas preces. Amém."


[Cecília Braga]

23.1.10

E olhar pra hoje, cheio de orgulho...

Hoje ela estava espetacularmente feliz, vestia seu melhor vermelho. Flores amarelas por todos os lados... E flores amarelas sempre dizem muito por si mesmas; amor eterno. Amarelo e vermelho lhe caem bem. Hoje ela cantarolava várias músicas, boas e ruins, antigas e atuais. Hoje, enquanto ela corria dentro de seu mundo, esbarrou consigo mesma. Hei, ela é completa.
Hoje se descobriu completa. E para que tantas tristezas? Ela pertencia ao mundo, e o mundo pertencia a ela. Para que mais do que isso?
Hoje ela abriu as janelas e deixou o sol entrar, respirou fundo o cheiro de manhã úmida. Hoje acordou disposta a viver. Mais forte e segura do que costumava ser, hoje acordou disposta a deixar pra lá tanta coisa. Acordou pensando na Irlanda, na Itália e Inglaterra, um dia iria para lá – sempre dizia.
Hoje ela acordou pensando em não dormir. Tomou um banho tão quentinho que derreteu seu corpo todo, seu coração endurecido. Não queria mais saber de ninguém, estava satisfeita consigo mesma, pela primeira vez desde então. Hoje acordou respirando a vida nova que estava chegando, amanheceu o dia dando boas-vindas ao que tinha de melhor.
Hoje acordou.
Hoje é o presente... E presente ganho não se recusa.

14.1.10

das portas...

"Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas passam semiventos, meias verdades e muita insensatez."
                                            
bate a porta...
depois bate à porta...
com o quê se  importa?!

5.1.10

 
(imagem copiada daqui)



Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

Qual é o santo que está no andor?

"É são Benedito com Nosso Senhor!"

A Marujada de Bragança é uma manifestação religiosa originada em 1798, quando os senhores atenderam ao pedido dos escravos para a organização de uma Irmandade em louvor a São Benedito, sendo então realizada  a primeira festa em louvor ao Santo. Os negros em sinal do gratidão foram dançar nas casas dos benfeitores, tal manifestação de agradecimentos passou a ser praxe, dando origem então à Marujada, que no período de 18 a 26 de dezembro é festejada ao ritmo de retumbão, xote, roda, valsa e mazurca, tocados com os tradicionais tambores, cuícas pandeiros, rabecas, violas e cavaquinhos, que espalham uma mistura de som e fé por toda a Pérola do Caeté.


A festa é constituída por muitas peculiaridades: organização da irmandade, indumentária específica, instrumentos característicos... No entanto, eu não me atreveria a descrevê-los, até porque, não é o momento nem a finalidade desse texto... O objetivo do post é "apenas" registrar a satisfação de participar pela terceira vez desta festa e a cada vez me sentir um pouco mais bragantina de coração...
E tem coisas que a gente não busca explicação e apenas aproveita o fato de acontecerem.: Tive família "de sangue" em Bragança e nunca fui à Marujada, mas São Benedito(eu concluí que foi ele!), colocou uma família bragantina no meu caminho e eu tive a oportunidade de me apaixonar pela cidade e, consequentemente, por essa festa...Porque a fé me comove muito e ainda mais quando a gente para pra pensar que aquele mar de gente se reúne pra louvar o Santo protetor...e é emocionante ver toda uma cidade mobilizada, perpetuando essa tradição...
O Padroeiro Bragantino visita  seus irmãos... e aí homens, mulheres, pais, mães, filhos...famílias inteiras que tornan-se marujos e marujas e saem nas ruas em canto, dança e oração acompanhando "São Benedito com Nosso Senhor"...
E é com imensa satisfação que viajo esses 210 km para mais do que aproveitar o lado totalmente profano da Pérola do Caeté...mas também pra fazer parte da multidão que caminha, pede e, principalmente, agradece ao Santo Preto...
Obrigada, São Bené!

1.1.10

"É preciso dizer-lhes tudo de novo... bem alto, para que não esqueçam"




(após "o salto". No novo ano, aguardando o novo vôo...)

Lá bem no alto do décimo segundo andar do ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas buzinas
Todos os tambores
Todos os reco-recos tocarem:
- Ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada
– outra vez criança
E em torno dela indagará o povo:
- Como é o teu nome, meninazinha dos olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo)
Ela lhes dirá bem alto, para que não se esqueçam:

- O meu nome é ES – PE – RAN – ÇA …

Mário Quintana