23.3.10

"Conto por contar.."

"Rio de Janeiro, hoje é 23 do 3. 
Como vão as coisas? De mês em mês eu me sento pra escrever pra você...
Eu reformei a casa, você não soube disso, nem das outras coisas, sabe, eu tive um filho. Faz tempo que eu me perdi de você.
Eu vi alguns amigos tropeçando pela vida, andei por tantas ruas, são estórias esquecidas que um dia eu quis contar pra você... Eu fico imaginando sua casa e seus amigos, com quem você se deita, quem te dá abrigo. Eu me lembro que eu já contei com você...
Guardo pra te dar as cartas que eu não mando, conto por contar e deixo em algum canto... E as pilhas de envelopes já não cabem nos armários, vão tomando meu espaço, fazem montes pela sala e hoje são a minha cama, minha mesa, meus lençóis e eu me visto de saudades do que já não somos nós...."

(Leoni e Luciana Fregolente -  As cartas que eu não mando)
E hoje se resumem a nós... 
um nó na garganta e outro (nó cego) no coração...
"Nós que não atam nem desatam"...

22.3.10

"Hoje, acho que sei. Um dragão vem e parte para que seu mundo cresça?  Pergunto – porque não estou certo – coisas talvez um tanto primárias, como: um dragão vem e parte para que você aprenda a dor de não tê-lo, depois de ter alimentado a ilusão de possuí-lo? E para, quem sabe, que os humanos aprendam a forma de retê-lo, se ele um dia voltar?"



(CFA -  “Os Dragões não Conhecem o paraíso”.)

16.3.10

Fiz...

 
 
"Aí de repente despencou uma baita estrela cadente, quase do tamanho da lua, tão grande que cheguei a parar pra ouvir o tchuááááááááááááááá da estrela caindo dentro do mar. Não aconteceu nada, então falei bem alto, imitando aquela vozinha de taquara rachada da dona Irineide, professora de Geografia: bó-li-dos, isso que o populacho chama de estrelas cadentes na verdade são bó-li-dos. Me senti muito culto e tudo, mas meio sem graça, daí lembrei que podia fazer um pedido, ou três, não sei bem, a gente podia. Então peguei e fiz."


(CFA)

6.3.10

"Três is"

Quinta-feira eu fui à uma solenidade de formatura (muito bonita por sinal), e nela um professor homenageado pelas turmas que se formavam fez um bonito discurso, o qual terminou com as seguintes palavras:

"Sejam imensa, inteira e intensamente felizes".

Achei muito bonito, afinal... o que mais alguém pode desejar de bom para alguém?! Aos que ama, aos que admira, aos que conhece, aos que tolera, até mesmo a quem não tolera... Foram três "is" que ficaram marcados na minha cabeça, que me fizeram ouvir algo me dizer "é isso aí!" e que me fizeram perceber que, ainda que ainda nos falte algo na vida (e sempre vai nos faltar algo, senão... como que a gente vai sonhar? Afinal, já disse o Biquini "Quando a gente sonha é exatamente com o que não temos"), isso não nos impede de ser felizes dessa forma, tão bonita e verdadeira por ele "definida". Né, não?